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Infertilidade masculina

Em comparação com as dificuldades reprodutivas femininas, a infertilidade masculina passou a ser explorada em um contexto mais recente. Por muito tempo, a mulher foi apontada como a única responsável pelo fato de um casal não conseguir ter filhos, mas essa realidade mudou. Hoje, sabe-se que ambos os parceiros apresentam chances iguais de serem diagnosticados como inférteis.

Com essa ampliação do conhecimento, aumentaram também as técnicas da medicina reprodutiva com a finalidade de superar os fatores de infertilidade masculina e garantir mais possibilidades aos casais que esperam ter filhos. Sendo assim, tanto a mulher quanto o homem precisam passar por uma completa avaliação diagnóstica para verificar as condições do sistema reprodutor e realizar o tratamento adequado.

A infertilidade masculina é caracterizada principalmente por alterações espermáticas — seja uma deficiência na quantidade dos espermatozoides, seja na motilidade e no aspecto morfológico dos gametas. Infecções no trato genital, anomalias congênitas e até o estilo de vida são exemplos de fatores que podem interferir na produção, na qualidade ou no transporte das células sexuais.

Entenda quais são as principais condições que afetam o potencial reprodutivo do homem!

Quais são as causas da infertilidade masculina?

Doenças, traumas, cirurgias, fatores ambientais e dificuldades sexuais estão entre as condições que podem impactar as funções do sistema reprodutor masculino. Conheças as principais!

Varicocele

A varicocele é sinalizada pela dilatação das veias da bolsa escrotal. Tal qual acontece nas pernas, ocorre a formação de varizes nos testículos. Isso dificulta a oxigenação do órgão, provoca o aumento da temperatura intratesticular e torna o ambiente desfavorável para a produção de espermatozoides.

Infecções no trato genital

As doenças infecciosas também são uma causa comum de infertilidade masculina. Boa parte desses quadros é causada por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e pode afetar os diferentes órgãos reprodutores: epidídimos (epididimite), testículos (orquite), próstata (prostatite) e uretra (uretrite).

Dependendo do órgão afetado, a infecção pode prejudicar a produção, a motilidade ou o transporte dos espermatozoides pelo trato reprodutivo, uma vez que o processo inflamatório pode causar aderências que obstruem a passagem dos gametas.

Anormalidades congênitas e adquiridas

Aqui se enquadram como anomalias congênitas:

  • criptorquidia: ocorre quando os testículos não descem para a bolsa escrotal;
  • disgenesia testicular: falha na diferenciação das gônadas, resultando em ambiguidade genital;
  • ausência dos vasos deferentes, os quais conduzem os espermatozoides dos epidídimos até a próstata.

Alterações genéticas, como a síndrome cromossômica de Klinefelter, também representam fatores congênitos que dificultam o funcionamento do sistema reprodutor. Já entre os problemas adquiridos, estão tumores, torção testicular, traumas pélvicos ou testiculares, cirurgia de vasectomia, lesões medulares, entre outros.

Alterações hormonais

A espermatogênese (produção de espermatozoides) depende da ação de hormônios secretados pela hipófise — como o folículo-estimulante (FSH) e o luteinizante (LH) —, bem como da testosterona, produzida pelos testículos. Um exame de dosagem hormonal pode verificar se há irregularidades na concentração dessas substâncias.

Disfunções sexuais e ejaculatórias

A infertilidade masculina também pode resultar de problemas na função sexual ou transtornos ejaculatórios. Redução da libido decorrente de baixa testosterona, disfunção erétil, ejaculação retrógrada e ejaculação precoce são exemplos de dificuldades sexuais que reduzem o potencial reprodutivo do casal.

Fatores exógenos e estilo de vida

Considerados como fatores de risco para a infertilidade masculina estão a exposição frequente a produtos tóxicos, radiação e altas temperaturas. Da mesma forma, hábitos como tabagismo, abuso de álcool e drogas, uso de esteroides anabolizantes e obesidade podem ter efeitos nocivos sobre o sistema reprodutor do homem.

Como diagnosticar a infertilidade masculina?

Alguns sintomas relacionados a doenças nos órgãos reprodutores podem levantar a suspeita de infertilidade masculina, como:

  • dor nos testículos;
  • inchaço, intumescência e sensação de peso na bolsa escrotal;
  • secreção peniana;
  • dificuldades para urinar, incluindo ardor, aumento da frequência urinária e micção dolorosa;
  • dor para ejacular e/ou durante a relação sexual;
  • sinais de desequilíbrio hormonal, como redução da libido, ginecomastia (aumento das glândulas mamárias), alterações olfativas etc.;
  • dificuldade para conseguir ou manter uma ereção.

Os sinais e sintomas podem orientar a busca por avaliação médica, mas somente os exames vão confirmar se de fato existe um quadro de infertilidade masculina e quais são as causas associadas.

O principal exame a ser feito é o espermograma, que permite a análise seminal em aspecto macroscópico e microscópico. Com essa ferramenta de avaliação, é possível verificar a quantidade de espermatozoides — por ml de sêmen e por amostra total coletada em uma ejaculação —, bem como a motilidade e a morfologia das células germinativas.

Juntamente ao espermograma, os outros exames que podem ser solicitados durante a investigação da infertilidade masculina incluem:

  • dosagens hormonais;
  • ultrassonografia da bolsa escrotal.

Em casos selecionados podem ser solicitados:

  • teste do cariótipo;
  • fragmentação do DNA espermático;
  • biópsia testicular, quando é necessário identificar as causas de azoospermia — ausência de espermatozoides.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

Antes de iniciar um tratamento de reprodução assistida, o homem precisa tratar as condições clínicas que forem identificadas como causa de infertilidade. Por exemplo: as infecções precisam de intervenção com antibióticos; a varicocele, dependendo do estágio das varizes, necessita de correção cirúrgica.

O prognóstico reprodutivo do casal ainda leva em conta a idade e a saúde do sistema reprodutor da mulher. Quando há infertilidade por fatores masculinos, sobretudo se somada a algum problema feminino, a fertilização in vitro (FIV) é a alternativa mais indicada. Com essa técnica, há um rigoroso controle de todas as etapas do processo de concepção, aumentando consideravelmente as chances de gravidez.

A FIV ainda conta com técnicas complementares indicadas para casos específicos, como a azoospermia. Mesmo que não sejam encontrados espermatozoides no sêmen do paciente, é possível retirá-los diretamente dos testículos ou epidídimos com procedimentos de recuperação espermática. Depois disso, a fecundação dos óvulos é realizada com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) — técnica que permite injetar cada gameta masculino selecionado no citoplasma de um oócito maduro.

Assim, os avanços da medicina reprodutiva vem permitindo que os casais alcancem o propósito de ter filhos biológicos, mesmo diante de diferentes quadros de infertilidade masculina ou feminina.