A infertilidade é uma manifestação muito complexa, assim como todo o processo da reprodução humana. Afinal, há milhares de fenômenos associados com a fertilização e a gestação: produção e transporte de gametas viáveis, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, a compatibilidade genética, a implantação do embrião no útero, entre outros.
Então, em alguns casos, a investigação médica não descobre os motivos da infertilidade de um casal. Essa situação é chamada de infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Ou seja, ela se insere no que os médicos chamam de “diagnóstico de exclusão”, que ocorre quando todas as investigações recomendáveis não mostraram alteração. Portanto, é importante entendê-la como a ausência de um diagnóstico, o que não impede, porém, o casal de ter filhos pela reprodução assistida.
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Diante de queixas de infertilidade, o médico vai investigar a história de saúde do casal e conduzir um exame físico completo. Nos próximos passos serão realizados exames para causas mais comuns ou mais prováveis diante do que for relatado pelos pacientes. Com isso, busca-se a identificação da causa, o diagnóstico etiológico. Todavia nem sempre é possível chegar a ele.
No sentido que as pessoas leigas estão acostumadas, a ISCA não é vista como um diagnóstico. No entanto, na medicina, ela é um diagnóstico clínico, mas de exclusão. Para chegar a ele é preciso conduzir uma avaliação individualizada da fertilidade de cada pessoa. Veja alguns exames mais comuns, dentre vários outros possíveis!
Se toda a investigação das causas mais prováveis não apontar nenhuma alteração compatível com a infertilidade, então surge a classificação de infertilidade sem causa aparente.
A primeira coisa que o casal deve ter em mente é que a ausência de um diagnóstico etiológico não significa a ausência de uma causa.
Portanto, provavelmente há uma alteração que justifique a infertilidade, porém ela não pôde ser descoberta pelos métodos atuais da medicina. Também pode acontecer de a condição que provoca a perda da fertilidade ainda não ter se manifestado e ser diagnosticada futuramente devido à sua evolução.
Diversos fatores podem causar uma redução da fertilidade de cada membro do casal sem provocar a infertilidade absoluta. Em muitos casos, eles podem relatar sucesso em ocasiões anteriores. Entretanto, a associação da subfertilidade de cada membro do casal pode resultar na infertilidade do binômio.
A endometriose superficial não é comumente identificada nos exames de imagem não-invasivos. No entanto, está frequentemente associada à infertilidade. Então, o médico deve estar atento para outros sintomas e os fatores de risco da mulher, como:
A síndrome dos ovários policísticos também leva à infertilidade pela ausência de ovulação. Todavia os sintomas e as manifestações em exames podem ser mais sutis nos primeiros anos de evolução da doença.
Com isso, a ISCA pode ser erroneamente diagnosticada diante de doenças mais complexas de serem identificadas.
A ISCA não significa o fim da linha para o tratamento da infertilidade do casal. Pelo contrário, a reprodução assistida pode trazer excelentes resultados mesmo nesses casos. Idealmente, é importante encontrar as causas, pois isso pode otimizar as chances de o tratamento, permitindo:
Mesmo assim, praticamente todas as técnicas de reprodução assistida poderão ser empregadas nos casos de ISCA, como:
Portanto, a infertilidade sem causa aparente não significa que um casal não poderá mais ter filhos. A evolução da reprodução assistida melhora, a cada dia, as chances de sucesso das gestações. Em outras palavras, não encontrar uma causa não significa ausência de tratamento!
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Postado por fiv em 12/jul/2021 - Sem Comentários