A estimulação ovariana é o procedimento médico que leva ao desenvolvimento de diversos folículos para que ocorra a ovulação,ou captura, de mais de um óvulo. Esse procedimento é realizadoem mulheres com infertilidade e/ou que vão passar por processos de reprodução assistida por esse ou outros motivos.
Naturalmente, a ovulação é um processo espontâneo que acontece aproximadamente no meio do ciclo menstrual, liberando um óvulo por ciclo.
Durante a vida fértil, a maioria dos gametas dentro do ovário da mulher está em um estágio imaturo. Eles são protegidos por outras células não reprodutivas, formando uma estrutura chamada folículo.
Pelo estímulo hormonal cíclico, a cada 24 a 35 dias, alguns folículos são estimulados a amadurecer. Entretanto apenas um deles se desenvolve suficientemente, o folículo dominante. Após atingir o ápice do seu crescimento, ele se rompe, liberando então o óvulo na cavidade pélvica, processo chamado de ovulação.
Os demais folículos que têm seu crescimento bloqueado não liberam óvulos, mas auxiliam na produção de hormônios. A estimulação ovariana é um método com o objetivo de intensificar esse processo, fazendo com que vários óvulos sejam liberados simultaneamente.
Quer entender melhor? Acompanhe!
A reprodução é a função mais importantes para a perpetuação da vida. Por isso, durante o desenvolvimento fetal, são formadas estruturas para armazenar e proteger as células reprodutivas (os gametas).
No homem, o órgão responsável por essa função é o testículo, o qual também produz espermatozoides, continuamente, após o amadurecimento sexual.
Na mulher, contudo, a função reprodutiva apresenta um mecanismo diferente. Grande parte dos gametas femininos (óvulos), que ela terá por toda sua vida, são formados antes do nascimento, durante a vida fetal.
Os óvulos ficam dentro de um envoltório com uma única camada de células foliculares. Essa estrutura imatura é chamada de folículo primário. O ovário é um órgão que os protege e armazena.
Durante a puberdade, há a produção de pulsos mais intensos de um hormônio que estimula os folículos primários, o hormônio folículo-estimulante (FSH). Com isso, a cada ciclo menstrual, alguns folículos primários crescem e se tornam folículos secundários, os quais produzem os hormônios ovarianos.
Em situações saudáveis, apenas um óvulo mais sensível aos hormônios se desenvolve e inibe a evolução dos demais, que vão se degenerar progressivamente. Ele manterá seu crescimento até que se rompa e libere um óvulo.
Por doenças ou tratamentos hormonais, é possível estimular o desenvolvimento de mais de um folículo dominante e provocar uma ovulação múltipla.
A estimulação ovariana é uma intervenção médica farmacológicarealizada com o uso de hormônios:
A escolha é feita de acordo com a possibilidade de uma resposta elevada, normal ou baixa aos protocolos mais comuns de estimulação.
Além disso, podem ser utilizados medicamentos adjuvantes antes do início da estimulação que:
Uma diretriz de 2020 da Sociedade Europeia de Medicina Reprodutiva, porém, mostrou que é preciso ter cautela no tratamento adjuvante. Portanto, o seu médico vai individualizar a terapia às especificidades do seu caso. Por isso, é tão importante contar com uma equipe profissional especializada, experiente e atualizada em medicina reprodutiva.
Antes de iniciar o tratamento a mulher deve fazer alguns exames para verificar as chances de resposta. Para isso, avalia-se a reserva ovariana por meio de exames, como a dosagem de hormônio antimülleriano ou a contagem de folículos antrais pela ultrassonografia. Quanto maior for a reserva ovariana, maiores são as chances de uma boa resposta.
Além disso, é preciso desfazer uma confusão que as pessoas fazem entre estimulação ovariana e a fertilização in vitro (FIV). Afinal, a liberação de maior quantidade de óvulos auxilia também na assistência à reprodução pela relação sexual.
Há protocolos tanto para a gestação natural assistida (coito programado) quanto para a FIV. A principal diferença entre eles é que, na FIV, se busca a estimulação para liberar uma quantidade maior de óvulos. Também, a FIV demanda que os folículos sejam coletados diretamente do ovário por métodos minimamente invasivos.
Alguns dos papéis da estimulação no tratamento dessas condições são:
A preservação da fertilidade pode ocorrer em mulheres férteis atualmente, mas com um maior risco:
Em resumo, a estimulação ovariana melhora as chances de gravidez em diversos protocolos de reprodução assistida. Afinal, quanto maior for a quantidade de óvulos liberados, crescem as chances de sucesso de fecundação por um espermatozoide nas relações sexuais assistidas.
Por sua vez, a fertilização in vitro demanda um maior número de gametas femininos para dar uma margem de segurança para eventuais falhas, além de possibilitar a execução de vários ciclos de implantação.
Quer saber mais sobre a estimulação ovariana? Então, não deixe de conferir este outro artigo completo que temos sobre o tema!
Postado por fiv em 02/ago/2021 - Sem Comentários